17 de janeiro de 2021 – sexta aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Chegando à última aula desse curso, posso dizer que foi uma experiência muito aquém do que eu esperava quando pensei e propus esse tema para o professor junto com outra amiga da formação, quando conversamos com a turma antecipadamente tentando conseguir pessoas para não só termos o quórum necessário mas também para saber se ninguém estava esperando que o Marcus Vinícius ofertasse nesse semestre a Oficina do Corpo I (ele nunca oferece mais de um curso por semestre, e como são cinco Oficinas do Corpo, ele argumentou que poderia haver alguém já contanto com ele oferece a I nesse semestre. Nesse cenário de aulas online, entretanto, ele mesmo optou por oferecer esse curso ao invés de uma Oficina do Corpo). Desde antes de entrar na formação que eu me interessava pela perspectiva que ele desenvolveu de um trabalho em grupo de bases reichianas, já relatei várias vezes que o meu interesse por psicoterapias se desenvolve com meus estudos sobre a Soma (que é uma terapia de grupo), então esse curso foi muito esperado. Infelizmente, embora o conteúdo tenha sido muito bom e eu certamente tenha aprendido muita coisa e criado bases para estudar tantas outras, foi um curso que acrescentou muito pouco à leitura do livro; ou seja, não acho que compensa o tempo, o dinheiro e o esforço de fazer o curso se se tem o livro à disposição para ler e estudar – se houverem duas ou mais pessoas interessadas em fazer um grupo de estudo a partir do livro, então, certamente esse curso seria desnecessário. Certamente as contribuições que o Marcus Vinícius fez ao longo do curso foram enriquecedoras e apenas a leitura do livro não as comportaria; a questão pra mim não é dizer que ler o livro e fazer o curso são a mesma coisa, mas sim que aquilo que o curso acrescentou, na minha opinião de merda, à leitura do livro, não compensa o tempo, o dinheiro e o esforço de fazer o curso. Continue reading

13 de dezembro de 2020 – quinta aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Seguindo o modelo desse curso, nessa aula continuamos com os capítulos do livro “Reich, Grupos e Sociedade”; como também costumo fazer nos relatos, acho que uma boa introdução da aula são os parágrafos iniciais de cada capítulo, que fazem uma espécie de introdução do mesmo – nesse capítulo, em especial, a coisa é bem bonita:

Apesar de todas as forças contrárias, descortina-se o coletivo. Lá estão seus elementos: o inconsciente, o drama, a consciência, a contestação da onisciência, a unidade psique-soma, as instituições, a fraternidade e tantos outros. É, exatamente, no seio da construção, manutenção e exacerbação do individualismo, que surge o sonho, a utopia social sem pai, nem patrão. Continue reading

15 de novembro de 2020 – quarta aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Continuamos o esquema de ler os capítulos do livro “Reich, Grupos e Sociedade”, e nessa aula trabalhamos o capítulo 4 “Sujeito, Produção de Subjetividade e Processos de Singularização”. Conforme as pessoas entravam, como estávamos em um dia de eleições municipais, o professor foi falando sobre a situação eleitoral no Rio de Janeiro, apresentando que acredita na estratégia do voto “menos pior”, e eu apresentei que a solução tem que passar pela nutrição da autonomia, do fortalecimento da autogestão e das relações horizontais, e apontei que isso inclusive se relacionava com a temática do capítulo que iríamos discutir na aula presente. Acabou que ficou num clima de “não vale a pena discutir isso”, obviamente com o professor apresentando mais longamente a sua visão, e não se aprofundou a questão; penso que perdemos com isso, não só por não discutir essa questão nesse momento, mas por enquanto sociedade não amadurecermos essa discussão, fortalecer as instâncias horizontais, aumentar os espaços de maximização de liberdade. Continue reading

11 de outubro de 2020 – terceira aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Continuando a proposta do curso, nessa aula trabalhamos o capítulo três do livro “Reich, Grupos e Sociedade” – o que me faz pensar como lidaremos com o fato do livro ter sete capítulos. Nesse capítulo do livro, que inicia o “segundo corte” (o livro é dividido em três cortes – “é que o saber não é feito para conhecer, ele é feito para cortar”), o Marcus Vinícius vai fazer relações possíveis entre a teoria e prática reichiana com a obra (ou com a sua leitura da obra) de três autores: Nietzsche, Foucault e Deleuze. Como no relato anterior, acredito que uma boa forma de iniciar este é citar um parágrafo do início desse capítulo:

O movimento institucionalista e suas muitas vertentes se fundamentam, principalmente, em três filósofos: Nietzsche, Foucault e Deleuze. O primeiro recupera a força do ‘humano, demasiadamente humano’, o segundo denuncia o corpo sujeitado e seus atravessamentos sociais e o último, além de ser considerado por muitos senão o maior, sem dúvida, um dos maiores filósofos contemporâneos, é integrante de uma das correntes da Análise Institucional. Deleuze, discutindo temas tais como: desejo, devir, verdades e diversidades de fluxos, percorre inúmeros campos de conhecimento e contribui de forma decisiva para cada um deles Continue reading

13 de setembro de 2020 – segunda aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Essa aula, seguindo o esquema proposto pelo Marcus Vinícius, foi baseada no segundo capítulo do livro “Reich, Grupos e Sociedade”, denominado “Reich e o Holismo”; acredito que o pequeno parágrafo que abre esse capítulo é uma boa forma de iniciar esse relato:

Wilhelm Reich, assim como muitos autores, percorre diferentes caminhos ao longo de sua obra. Optou-se, neste trabalho, por uma análise que leve em consideração, além de sua rede familiar, três momentos específicos: um Reich psicanalista e marxista, analista de caráter e vegetoterapeuta, orgonomista e formulador da democracia do trabalho. Entretanto, que fique claro que estas fases se entrecruzam; portanto, não são estanques e completamente separadas umas das outras. Ao abordá-las, acredita-se que se está contribuindo para uma compreensão da obra reichiana Continue reading

23 de agosto de 2020 – primeira aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Eu estava muito desejoso de fazer esse curso; desde o ano passado eu e uma amiga da formação estávamos “cercando” o Marcus Vinícius para oferecê-lo por conta do nosso interesse no trabalho com grupos, mas ele somente oferece curso livres nos semestres que não oferece um curso básico, e quando oferece cursos livres é sempre seguindo o ciclo de 5 “oficinas do corpo”. Quando o abordamos sobre essa possibilidade ele não nos deu firmeza, disse que haviam pessoas aguardando a próxima “oficina do corpo”, que conversaríamos na reunião de formação de turma – como as pessoas, de uma forma geral, demonstram clara predileção por cursos voltados para intervenções corporais, não tínhamos muita esperança de que esse curso fosse acontecer. Mas com a pandemia e as aulas online, ele ofertou o curso (e teve muita adesão), o que me deixou feliz de ter isso na minha formação. Continue reading