16 de janeiro de 2021 – sexta aula de Orgonomia

Essa foi uma aula onde eu me decidi em realmente não fazer intervenções a não ser que eu tivesse efetivamente alguma dúvida muito grande com algo que estava sendo discutido; se fosse algo que eu acreditasse poder resolver consultando outros materiais, deixaria para fazê-lo ao invés de trazer as questões para a aula. Isso por três razões principais: a primeira é o conteúdo do curso, pois já tivemos cinco aulas e nada foi apresentado que efetivamente comprove a existência da tal energia orgone (ou de qualquer coisa como “uma energia livre de massa”; sempre que questionamentos nesse sentido foram apresentados, a resposta era “o Reich tem centenas de protocolos científicos publicados” – nunca nenhum desses foi trazido para ser explorado em aula, mesmo que nas questões que eu preparei na aula anterior eu aponte que esse tipo de material seria excelente para o curso. A segunda razão é a própria estrutura ou condução desse curso, pois ficou claro desde a terceira aula que não havia mais conteúdo a ser apresentado e desenvolvido, que as repetições que aconteciam não cumpriam uma função didática de fixação (ou qualquer outra), eram apenas o recurso encontrado para esgotar o tempo de aula por não haver conteúdo organizado para a apresentação. A terceira é que eu não queria desempenhar nessa aula o papel de ser uma das pessoas que fica puxando a discussão, tanto por curiosidade de quais seriam as questões que as pessoas trariam quanto por cansaço de ocupar esse lugar. Acabou que, não por isso, foi uma aula cansativa e que agregou muito pouco conhecimento ao que já havia sido apresentado até aqui. Continue reading

12 de dezembro de 2020 – quinta aula de Orgonomia

Percebendo que havia pouca participação nas aulas, no fim do encontro anterior o Nicolau pediu que as pessoas lessem um de seus textos e trouxessem questões para essa aula, que a aula seria toda baseada nessas questões. Durante a aula ele comentou de um outro texto e disse que poderíamos utilizar ele para trazer as questões também, então algumas pessoas já pesquisaram na internet pelo texto e acabaram encontrando outro, que ele disse então que poderia também ser utilizado para levantar as questões. Esses textos são “Dialética, Complexidade e Funcionalismo Orgonômico: Engels, Morin e Reich”, “Resistência Caracterológica, Defesa Biofísica e a Aplicação Do Princípio Crânio–Caudal Na Clínica Orgonômica (Reichiana)” e “Wilhelm Reich: Psicanálise, Corpo e Ciência”. Como os três são textos curtos, acabei por ler os três e anotar algumas questões que achei interessante de explorar em aula, colocando em um arquivo de texto e salvando no diretório do curso que tenho em meus documentos no computador. Mas na semana da aula, revisitando e pensando nessas questões, me ocorreu que possivelmente eu seria uma das poucas pessoas, talvez três ou quatro, que levariam questões para a aula, e pensei que isso seria ruim pois acabaria “fazendo a aula acontecer” apesar disso, ao invés do que eu acho ser o certo, que seria discutirmos as causas, motivos, razões e circunstância disso acontecer dessa forma. Por conta disso, então, enviei um e-mail para o Nicolau com as questões que eu havia anotado, falando para ele que por conta dessa possibilidade se ser um dos poucos a formulá-las, preferia me manter em silêncio durante a aula, e que se ele achasse relevante poderia utilizar as questões que eu enviei como uma forma de conduzir a aula. Acabou que no dia do curso eu não fui um dos únicos que elaborou as questões, fui o único, e então a minha intenção, como havia dito, era permanecer em silêncio e ver qual seria o caminho que a turma (alunas e professor) iria tomar em relação a essa questão; não deu certo, pois o Nicolau de pronto anunciou que eu havia enviado questões e me perguntou se eu não queria lê-las para que nós trabalhássemos em cima delas. Continue reading

14 de novembro de 2020 – quarta aula de Orgonomia

No início da aula, novamente o fenômeno das pessoas chegando atrasadas ocorreu, e eu aproveitei para perguntar sobre a experiência do Nicolau enquanto assisti do Roberto Freire, criador da Somaterapia. Ele disse que viveu experiências interessantes nesse período, no bom e no mal sentido; que o trabalho do Roberto Freire adveio da experiência deste com o teatro e com a Gestalt-terapia; que a Somaterapia não era um trabalho clínico, se aproximava muito mais de um “coach que te ensina a se soltar”, o que, segundo ele, foi muito bom para algumas pessoas mas desastroso para outras que tinham sofrimento psíquico que não poderiam se resolver dessa forma. Disse ele então que aprendeu com o Roberto Freire muito do que não se fazer na clínica, e que foi então procurar algo efetivamente reichiano; falou de como certa vez fizeram uma reunião de horas para discutir se o Roberto Freire colocava a palavra “liberdade” em um dos seus livros, visto aquela ser a época da ditadura militar no Brasil e isso poder soar provocativo; falou, através de um exemplo, da paranoia que havia nessa época. Continue reading

10 de outubro de 2020 – terceira aula de Orgonomia

  Como a aula anterior se estendeu até depois das 13h, essa que iniciaria às 13:30 acabou atrasando um pouco, pois as pessoas demoraram a entrar na sala de videoconferência; aproveitando o hiato, perguntei ao Nicolau duas coisas sobre a teoria reichiana dos acumuladores orgônicos (muitas vezes referidos também como “caixas orgônicas”): dado que os primeiros experimentos de Reich nesse sentido foram com uma Gaiola de Faraday, se fazia algum sentido a ideia de que quanto mais camadas intercaladas de metal e material orgânico um acumulador tivesse mais potente seu efeito seria; e se dada a lógica apresentada por Reich entre material orgânico e metal se unidirecional (o orgânico acumula, o metal transmite – por isso os acumuladores devem ser de material orgânico por fora e de metal por dentro, mesmo que tenham múltiplas camadas, para que a energia flua de fora do acumulador para dentro), se fosse construído um acumulador “invertido”, com o interior de material orgânico e o exterior de metal, se o efeito também seria o inverso, de “desenergizar” aquilo/quem estivesse dentro. Continue reading

12 de setembro de 2020 – segunda aula de Orgonomia

O Nicolau iniciou essa aula fazendo um pequeno e rápido resumo da aula anterior, dizendo que nela ele fez um apanhado geral da história da orgonomia e que nessa a ideia seria compreendermos a lógica da orgonomia, dizendo que “a orgonomia ela se propõe, ela chega a ser, um modo não só de entender, de compreender, as vicissitudes da vida emocional, a relação mente e corpo, mas ela se propõe a ser, na verdade um modo novo de se entender a própria realidade, quer dizer, ela extrapola, em muito, a dimensão da, entre aspas, psicologia ou psicanálise, extrapola em muito também a dimensão, digamos, da fisicalidade, da fisiologia, e essa lógica que eu quero tentar mais uma vez apresentar a vocês e tentar desenvolver esse modo de ver as coisas”. Continue reading

22 de agosto de 2020 – primeira aula de Orgonomia

De todos os cursos ofertados no IFP, esse é o único que me desperta um sentimento ambíguo (acompanhado talvez por Orgonoterapia, mas existem algumas questões que atenuam no caso deste): se ele fosse um curso livre ao invés de um curso básico, eu não o faria, e talvez até gostaria de que assim fosse; mas como ele existe, quero poder estudar bem o tema e pegar o máximo de informações e referências que eu puder. Isso porque Orgonomia é o nome da proposta de ciência que Reich criou baseado na sua ideia da existência do orgone (ou orgon, orgônio e derivados), algo que nunca foi satisfatoriamente comprovado frente a comunidade científica, mas que os reichianos acreditam piamente que existe e que a comunidade só não aceita as postulações de Reich porque é fechada àquilo que não lhe interessa. Então fazer um curso dedicado a isso pode tanto ser uma ótima oportunidade de conhecer as referências, experimentos e protocolos feitos dentro da Orgonomia que podem confirmar as suas hipóteses, ou então apenas ser seis meses de papo furado sobre uma pseudo-teoria de pessoas que querem saber de algo que “ninguém mais sabe” – bom, estando aqui, acho que o melhor é aproveitar bem e tentar me manter aberto. Continue reading