14 de março de 2020 – quinta aula de Análise do Caráter III

Seguindo esquema geral desse curso, nessa aula trabalhamos mais um capítulo do livro Análise do Caráter, dessa vez o mais extenso da terceira parte, o capítulo XV A Cisão Esquizofrênica. O Pedro iniciou então a aula fazendo uma definição da psicose (a esquizofrenia seria uma forma de psicose), e foi buscar a origem etimológica da palavra no grego: psyché seria algo como “sopro de vida” e a terminação ose designa doença – assim, a psicose seria “a doença do sopro de vida”. Dando uma definição mais estrita (e, segundo ele, mais “grosseira”), o Pedro caracterizou a psicose como “qualquer doença mental caracterizada pela distorção da percepção do real pelo indivíduo”; seguindo a isso, ele lê em suas anotações que “Freud, em 1924, escreve um texto chamado ‘A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose’ (…) [citando Freud] ‘uma das características que diferenciam uma neurose de uma psicose é o fato de que em uma neurose do Eu, em sua dependência da realidade, suprime um fragmento do Isso, ou seja da vida instintual. Ao passo que em uma psicose esse mesmo Eu, a serviço do Isso, se afasta de um fragmento da realidade. Assim, para a neurose, o fator decisivo seria a predominância da influência da realidade, enquanto para a psicose esse fator seria a predominância do Isso. Então o que vamos ter é que na psicose nos vamos ter um transbordamento desse núcleo instintual, pulsional – para ser mais preciso”. O termo “esquizofrenia” é criado por Eugene Bleuler, e significa “mente dividida”, anteriormente chamada de demência precoce; enquanto Freud a chamava de parafrenia. Continue reading

14 de março de 2020 – quinta aula de Vegetoterapia II

Como não poderia deixar de ser, essa aula foi iniciando com uma conversa sobre a pandemia de SARS-CoV-2/COVID-19, com foco no como isso está afetando o trabalho dos psicoterapeutas, passando também pela decisão de manter as aulas nesse mês no IFP. Ao discutir isso, a Denise foi entrando na questão dessa aula, que ela havia pensado um trabalho em dupla mas que por conta da pandemia ela iria fazer um trabalho individual, e ao falar do segmento pélvico e como ele não poderia ser profundamente trabalhado ali no curso pois no trabalho terapêutico ele é trabalhado apenas no final do processo, uma pessoa trouxe uma questão, em resumo, sobre o quão rígida deve ser essa “ordem” do trabalho com os segmentos, se haveria a possibilidade de fazer apenas um trabalho “rápido” com uma pessoa que chegasse ao consultório com alguns segmentos já bem trabalhados; a Denise respondeu que a indicação, embora exista, não é rígida, mas que ela nunca recebeu alguém em seu consultório que não precisasse de um trabalho significativo nos primeiros segmentos, por exemplo, e ressaltou que a forma da orgonoterapia trabalhar é “dos segmentos superiores para os segmentos inferiores, do atual para o passado e do superficial para o profundo”. Continue reading

13 de março de 2020 – quinta aula de Clínica Psicorporal das Psicoses e dos Transtornos Mentais

Essa aula teve um arranjo especial, pois o Henrique estava muito gripado, então ele sugeriu que transferíssemos a aula para um outro momento, pois ele havia pensado uma aula com trabalhos corporais (e estávamos no início do “levar a sério” por parte da sociedade em relação à pandemia de SARS-CoV-2/COVID-19), mas que também poderia seguir normalmente a aula caso a turma assim desejasse. A opção de adiar a aula era ruim para algumas pessoas, que haviam vindo de longe apenas para aquela aula (eu, embora também viesse de longe, não estava bem naquele dia e teria aproveitado bem o adiamento), mas também estava claro que insistir numa aula, qualquer que fosse o modelo, com o Henrique debilitado como estava não seria produtivo para ninguém. Assim, decidimos por fazer uma aula reduzida nesse dia, deixando a ideia do trabalho corporal para o próximo encontro e buscando marcar um encontro final para podermos fazer o fechamento do curso. Continue reading

08 de fevereiro de 2020 – terceira e quarta aulas de Vegetoterapia II

Seguindo o esquema de janeiro, aonde tivemos aula dupla de Análise do Caráter III, agora em fevereiro tivemos aula dupla de Vegetoterapia II. Assim, a Denise iniciou explicando que nessas duas aulas trabalharíamos quatro segmentos: cervical, torácico, diafragmático e abdominal. A partir disso, ela trouxe uma ideia de que haveriam pares funcionais de segmentos de couraça, um conceito criado por Blanca Rosa. O segmento ocular faz par com o segmento abdominal, que “faz a correlação da gestação do bebê com o olhar da mãe e todas as sensações intra-uterinas”; o segmento oral faz par com o segmento pélvico, “que é o lugar do desejo, no bebê, é na amamentação que você estabelece a possibilidade de ser um bom ou uma boa amante, a relação da sucção com o desejo, da experiência do prazer, inclusive uma questão física da articulação pélvica com a articulação mandibular tem uma funcionalidade”; o segmento cervical faz par com o diafragmático, “que está muito ligado à questão da entrega, o controle e a entrega, que é muito importante para o reflexo do orgasmo, assim como a língua, que está ligada ao segmento cervical e tem relação com o engolir”; o segmento torácico seria ímpar, que é onde estão muitos dos órgãos de funções vitais, como o coração e os pulmões. Continue reading