16 de janeiro de 2021 – sexta aula de Orgonomia

Essa foi uma aula onde eu me decidi em realmente não fazer intervenções a não ser que eu tivesse efetivamente alguma dúvida muito grande com algo que estava sendo discutido; se fosse algo que eu acreditasse poder resolver consultando outros materiais, deixaria para fazê-lo ao invés de trazer as questões para a aula. Isso por três razões principais: a primeira é o conteúdo do curso, pois já tivemos cinco aulas e nada foi apresentado que efetivamente comprove a existência da tal energia orgone (ou de qualquer coisa como “uma energia livre de massa”; sempre que questionamentos nesse sentido foram apresentados, a resposta era “o Reich tem centenas de protocolos científicos publicados” – nunca nenhum desses foi trazido para ser explorado em aula, mesmo que nas questões que eu preparei na aula anterior eu aponte que esse tipo de material seria excelente para o curso. A segunda razão é a própria estrutura ou condução desse curso, pois ficou claro desde a terceira aula que não havia mais conteúdo a ser apresentado e desenvolvido, que as repetições que aconteciam não cumpriam uma função didática de fixação (ou qualquer outra), eram apenas o recurso encontrado para esgotar o tempo de aula por não haver conteúdo organizado para a apresentação. A terceira é que eu não queria desempenhar nessa aula o papel de ser uma das pessoas que fica puxando a discussão, tanto por curiosidade de quais seriam as questões que as pessoas trariam quanto por cansaço de ocupar esse lugar. Acabou que, não por isso, foi uma aula cansativa e que agregou muito pouco conhecimento ao que já havia sido apresentado até aqui. Continue reading

16 de janeiro de 2021 – sexta aula de Seminários Clínicos

Como material para essa aula, o Henrique enviou para a turma um texto de sua autoria intitulado “O corpo na cidade: ansiedade e medo como campo de estudo da Psicanálise do sujeito urbano”, um artigo que, segundo ele, foi escrito para um colóquio entre a faculdade Santa Úrsula (onde ele já lecionou) e a Universidade de Sorbonne. É um artigo que traz uma proposta interessante, que acho bem apresentada no resumo do mesmo: “Este artigo procura discutir a possível relação entre as questões fóbicas do sujeito e o ambiente urbano. Parte do pressuposto que a construção das patologias se desenvolve na íntima relação entre a unidade psíquico-somática e o espaço social no qual o sujeito se constitui”. Continue reading

13 de dezembro de 2020 – quinta aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Seguindo o modelo desse curso, nessa aula continuamos com os capítulos do livro “Reich, Grupos e Sociedade”; como também costumo fazer nos relatos, acho que uma boa introdução da aula são os parágrafos iniciais de cada capítulo, que fazem uma espécie de introdução do mesmo – nesse capítulo, em especial, a coisa é bem bonita:

Apesar de todas as forças contrárias, descortina-se o coletivo. Lá estão seus elementos: o inconsciente, o drama, a consciência, a contestação da onisciência, a unidade psique-soma, as instituições, a fraternidade e tantos outros. É, exatamente, no seio da construção, manutenção e exacerbação do individualismo, que surge o sonho, a utopia social sem pai, nem patrão. Continue reading