05 de julho de 2020 – sexta aula de Análise do Caráter III (segunda parte)

O Pedro iniciou essa aula fazendo uma checagem com as alunas sobre a aula anterior, procurando saber se havia ficado alguma dúvida sobre o conceito de Peste Emocional em Reich, se havia aparecido alguma questão nesse intervalo entre uma aula e outra; eu acho que essa é uma boa ferramenta pedagógica, essa ideia de fazer uma checagem no início dos encontros, e como aprendi com um professor da ESPOCC, não só em relação aos conteúdos e ao material mais diretamente ligado às aulas, mas também sobre como as pessoas estão, como chegaram até ali, se acordaram bem, se alguma coisa muita fora do comum aconteceu com alguém e esse tipo de coisa. Uma ferramenta assim se torna muito mais importante em cenários como a escola, aonde não existe uma aclimação para a aula, quando a professora entra em sala já é momento da aula, então é como se não houvesse uma transição; nas aulas presenciais do IFP isso não se processa exatamente dessa forma, ao menos para mim que sempre costumo chegar mais cedo, porque aí sempre tem uma conversa, sempre é dada aquela “tolerância de 10 minutos” que viram 20 fácil, fácil aqui no Rio de Janeiro, e nisso uma transição fica muito simples de acontecer; nos encontros online isso tem acontecido também, sempre rola uma conversinha antes, e assim a gente entra nos temas através de uma coisa ou outra que surgiu nesse bate papo. Claro que isso nem sempre é possível, mas penso que é algo interessante de se ter em mente quando se trabalha com aulas e educação. Continue reading

27 de junho de 2020 – sexta aula de Análise do Caráter III (primeira parte)

O Pedro iniciou essa aula falando que trabalharia nela o conceito de peste emocional de Reich, que ele desenvolve no último capítulo do livro Análise do Caráter; anunciou também que fez um vídeo e disponibilizou em seu canal do YouTube sobre esse tema (https://www.youtube.com/watch?v=f_t_qDQghgc), que seria recomendável que as pessoas assistissem ao vídeo. Disse também que trabalharia os conceitos de banalidade do mal e totalitatismo de Hannah Arendt, o livro “Escuta, Zé Ninguém” de Reich e que traria algumas questões clínicas relativas a essas questões. Continue reading

14 de março de 2020 – quinta aula de Análise do Caráter III

Seguindo esquema geral desse curso, nessa aula trabalhamos mais um capítulo do livro Análise do Caráter, dessa vez o mais extenso da terceira parte, o capítulo XV A Cisão Esquizofrênica. O Pedro iniciou então a aula fazendo uma definição da psicose (a esquizofrenia seria uma forma de psicose), e foi buscar a origem etimológica da palavra no grego: psyché seria algo como “sopro de vida” e a terminação ose designa doença – assim, a psicose seria “a doença do sopro de vida”. Dando uma definição mais estrita (e, segundo ele, mais “grosseira”), o Pedro caracterizou a psicose como “qualquer doença mental caracterizada pela distorção da percepção do real pelo indivíduo”; seguindo a isso, ele lê em suas anotações que “Freud, em 1924, escreve um texto chamado ‘A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose’ (…) [citando Freud] ‘uma das características que diferenciam uma neurose de uma psicose é o fato de que em uma neurose do Eu, em sua dependência da realidade, suprime um fragmento do Isso, ou seja da vida instintual. Ao passo que em uma psicose esse mesmo Eu, a serviço do Isso, se afasta de um fragmento da realidade. Assim, para a neurose, o fator decisivo seria a predominância da influência da realidade, enquanto para a psicose esse fator seria a predominância do Isso. Então o que vamos ter é que na psicose nos vamos ter um transbordamento desse núcleo instintual, pulsional – para ser mais preciso”. O termo “esquizofrenia” é criado por Eugene Bleuler, e significa “mente dividida”, anteriormente chamada de demência precoce; enquanto Freud a chamava de parafrenia. Continue reading

25 de janeiro de 2020 – terceira e quarta aulas de Análise do Caráter III

Como a Denise não poderia dar a aula de Vegetoterapia II hoje, foi feito o esquema de “dobra”, já realizado em semestres passados: em um mês são dadas duas aulas do curso A, pegando a manhã e a tarde do sábado, e no mês seguinte são duas aulas do curso B, no mesmo esquema. Assim, agora em janeiro tivemos duas aulas de Análise do Caráter III, e em fevereiro teremos duas aulas de Vegetoterapia II.

O Pedro iniciou anunciando que trabalharia o capítulo XIV do livro Análise do Caráter, chamado “A Linguagem Expressiva da Vida”, do qual já havia sido pedida a leitura pela Denise, para a aula anterior de Vegetoterapia II; isso foi bom para mim pois já cheguei na aula com o texto lido, fichado e relido, ajudando bastante a acompanhar a leitura e explicações sobre o texto que o Pedro fez. A exposição dele inicia com um contexto histórico, falando da ascensão do Nazismo na Europa, da saída de Reich da Associação Psicanalítica Internacional, das apresentações e publicações de seminários e artigos de Reich que acabaram por constituir a terceira parte do Análise do Caráter (só entrando na terceira edição do livro), de como o trabalho de Reich foi passando pelas suas três fases (Análise do Caráter, Vegetoterapia, Orgonomia) mas sem nunca abandonar a sua ligação com a psicanálise, os estudos de Reich sobre o potencial bioelétrico da pele, sua teoria dos bions e o desenvolvimento da orgonomia e da orgonoterapia, trazendo o exemplo que sempre trás do uso que Reich fazia do microscópio, aumentando a magnificação da imagem às custas na nitidez mas ainda permitindo a observação do movimento. Continue reading

21 de dezembro de 2019 – segunda aula de Análise do Caráter III

  Como esqueci de levar o gravador para a aula, o colega de curso Lucas Bezerra fez a gentileza de gravar as aulas do sábado em seu celular, o que foi muito útil para que eu possa fazer esses relatos com maior conteúdo e, com isso, revisitar aula e densificar os estudos. Com isso, o Lucas começou a gravação com alguns minutos de aula já transcorridos, e no exato momento que a gravação inicia o Pedro está falando, mais uma vez, do seu entendimento da teoria do “biólogo quântico” Bruce Lipton; dessa vez, no entanto, ele desenvolveu uma analogia que eu achei interessante, embora não saiba ainda avaliar o quão precisa ela é: Continue reading

09 de novembro de 2019 – primeira aula de Análise do Caráter III

A maior obra clínica de Reich é o livro Análise do Caráter, que é dividido em três partes; a primeira edição contava com as duas primeiras, enquanto que a terceira foi adicionada posteriormente, assim como alguns comentários e notas de rodapé. O livro é basicamente uma coletânea de artigos que Reich apresentou em diversas conferências, reunidos e modificados para formar um todo coerente sobre a sua técnica psicanalítica, a Análise do Caráter. Seguindo a dinâmica do próprio livro, no IFP existem três cursos sobre o livro, cada um teoricamente lidando com uma das partes dele; Continue reading

13 de outubro de 2019 – sexta aula de Técnicas Complementares do Trabalho Reichiano

Nessa aula o Pedro anunciou que ele daria “uma introdução da introdução da craniossacral”, e eu fiquei durante toda a aula pensando o que exatamente seria essa “craniossacral”, à qual ele se referia sempre sem uma palavra que desse “sustentação” a ela. Tomei para mim que a palavra que estava faltando era “massagem”; pesquisando depois em casa, descobri que essa palavra seria “terapia” – mas que, na prática, não se afasta muito de uma massagem. Ele disse que está fazendo um curso dessa técnica e que, vendo interfaces dela com o trabalho corporal de base reichiana, resolver trazer algumas poucas noções nessa aula; disse também que planeja, assim que acabar o curso, estruturar um curso livre no IFP sobre essa técnica. Continue reading

12 de outubro de 2019 – sexta aula de Vegetoterapia I

A aula iniciou com o Pedro dizendo que ela seria sobre massagem, pois haviam feito esse pedido na aula anterior, e que, pensando, ele chegou à conclusão de que a principal preocupação com massagem no trabalho reichiano é atuar na respiração, então que ele focaria nisso. Apresentando alguns elementos teóricos antes da parte prática da aula, ele disse que o conceito de autorregulação é muito importante, pois para Reich o cerne biológico das pessoas busca sempre “estar bem”, a vida tem como essência a positividade. A partir disso, afirmou que não é o terapeuta que cura a pessoa, mas que o seu trabalho seria acessar essa autorregulação do sujeito para que o seu organismo se cure; a definição que ele trouxe de autorregulação foi “ajustes ininterruptos no fluxo para manter uma condição ótima de adaptação interna, que seria a coordenação das funcionalidades próprias do sujeito, e adaptação externa, trocas e adaptações com o meio circundante (…) é a habilidade do organismo, indivíduo, de manifestar e preservar a vida”. Continue reading

15 de setembro de 2019 – quinta aula de Técnicas Complementares do Trabalho Reichiano

Iniciamos mais uma aula entrando em definições de conceitos físicos, dessa vez sobre raio, que foi definido como “ativação de elétrons, e o raio inclusive se dá da terra para o céu e não do céu pra terra – a gente tem essa ilusão, mas na verdade o raio se dá da terra pro céu. É uma diferença de potencial que faz com que haja uma mobilização das moléculas num percurso”. Mais uma vez, definições erradas; dessa vez eu não recordo qual era o contexto, imagino que algum assunto sobre energia, pois quando eu liguei o gravador o papo já era esse. Eu entendo muito pouco de meteorologia e de fenômenos elétricos, mas com um pouco de curiosidade e estudo percebe-se que essa afirmação não é exata. Continue reading

14 de setembro de 2019 – quinta aula de Vegetoterapia I

  Iniciamos a aula com o Pedro falando que apresentaria “alguma coisa nova” com a qual está entrando em contato e que, segundo ele, ajuda a entender “a dinâmica energética do corpo”; a partir disso, ele começou a falar um pouco sobre energia. O elemento mais básico da energia, para Reich, seria o pulsar, a contração e a expansão, que em outros momentos o próprio Pedro já definiu como sendo, também para o Reich, “a fórmula da vida”. Logo nessa introdução ele deu uma definição de simpático e parassimpático: Continue reading