14 de novembro de 2020 – quarta aula de Seminários Clínicos

O Henrique iniciou a aula falando que falaria sobre “as questões da sexualidade feminina”, e que dividiria a mesma em duas partes: “o lugar da mulher nesse mundo que a gente viveu e como isso de alguma maneira fez com que ela aparecesse como uma questão importante para ser entendida pela Psicanálise freudiana e também dentro de um ponto de vista reichiano”. Marcou também que apresentaria as visões de acordo com o paradigma freudiano, então que não adiantava que fossem levantadas divergências, pois ele apresentaria a visão de Freud sobre a questão e como ela foi absorvida por Reich. Disse que relendo Reich para a preparação dessa aula achou incrível como este não possui quase nenhuma discussão sobre a questão da sexualidade feminina. Depois leu para nós o que disse ser um trecho de um poema escrito por Reich em 1938: “Não queremos proibir ninguém de viver sexualmente com um parceiro por toda a vida, mas não queremos forçar ninguém. A família deve ser uma continuidade alegre e não uma compulsão. A moralidade do dever produz exatamente o oposto do que pretende, a imoralidade. A mulher saudável não abraça um uniforme, mas um homem adorável. O homem não rouba o amor; ele o encontro, acorda e o encontra em outro lugar. Os amantes querem ficar sozinhos cada um no seu quarto”. Com esse poema fica evidente, se não por todo o resto, que Reich marca posições distintas para o homem e a mulher. Continue reading

11 de outubro de 2020 – terceira aula de Reich e Conexões Contemporâneas

Continuando a proposta do curso, nessa aula trabalhamos o capítulo três do livro “Reich, Grupos e Sociedade” – o que me faz pensar como lidaremos com o fato do livro ter sete capítulos. Nesse capítulo do livro, que inicia o “segundo corte” (o livro é dividido em três cortes – “é que o saber não é feito para conhecer, ele é feito para cortar”), o Marcus Vinícius vai fazer relações possíveis entre a teoria e prática reichiana com a obra (ou com a sua leitura da obra) de três autores: Nietzsche, Foucault e Deleuze. Como no relato anterior, acredito que uma boa forma de iniciar este é citar um parágrafo do início desse capítulo:

O movimento institucionalista e suas muitas vertentes se fundamentam, principalmente, em três filósofos: Nietzsche, Foucault e Deleuze. O primeiro recupera a força do ‘humano, demasiadamente humano’, o segundo denuncia o corpo sujeitado e seus atravessamentos sociais e o último, além de ser considerado por muitos senão o maior, sem dúvida, um dos maiores filósofos contemporâneos, é integrante de uma das correntes da Análise Institucional. Deleuze, discutindo temas tais como: desejo, devir, verdades e diversidades de fluxos, percorre inúmeros campos de conhecimento e contribui de forma decisiva para cada um deles Continue reading