13 de julho de 2019 – segunda e terceira aulas de Vegetoterapia I

  O Pedro iniciou essa aula fazendo uma rápida recapitulação do encontro anterior, em que falamos de couraças, que segundo ele ele teriam como principal caraterística o contraste entre as correntes vegetativas (quando a couraça se desfaz) e o encouraçamento. Reich, no Análise do Caráter, começa definindo as couraças como psíquicas, que seriam parte constituinte do caráter; mas ele foi percebendo que esse encouraçamento psíquico correspondia a um encouraçamento fisiológico também, o que no seguimento da sua teoria o leva a entender que esse encouraçamento se relaciona com as estases de energia também. Um bloqueio psíquico corresponde a um bloqueio somático. “Uma das formas mais encontradas de bloqueio é através da contração muscular – ao contrair os músculos de forma inconsciente diminui o fluxo dos líquidos e limita a capacidade respiratória e, portanto, diminui a produção energética”. Depois ele pediu que as pessoas trouxessem exemplos de correntes vegetativas, e apareceram como exemplos o peristaltismo, o arrepio de um calafrio, o orgasmo, o suspiro profundo, o bocejo, mudança de cor de pele, tosse sem motivo fisiológico, reflexo do vômito, coceira, sensação de agulhas no pé, eriçamento dos pelos, tremores. Continue reading

Sobre a discussão de epistemologia na aula de Análise do Caráter II

  Durante a terceira aula de Análise do Caráter II, que aconteceu no dia 29/06/19, surgiu um ponto muito interessante (que acabou se tornando uma questão bem desgastante para mim) a partir da seguinte pergunta: “Nessa linha do homossexual, heterossexual… e o assexual?”. No momento em que eu ouvi essa pergunta fiquei mais atento, pois essa é uma questão sobre a qual eu já havia pensado; tendo conversado com pessoas que se entendem como assexuais, eu percebi que essa é uma questão que expõe um limite, se não de toda a psicanálise, ao menos da teoria reichiana. Continue reading

30 de junho de 2019 – Segunda aula de Técnicas Complementares do Trabalho Reichiano

  Nessa aula, o Pedro trouxe algumas lanternas para fazermos os trabalhos desse encontro em cima dessa técnica; eu estava um pouco curioso para ter contato com isso, pois é uma coisa que ouço muito comentário quando o assunto são as técnicas de vegetoterapia – é “lanterna isso” pra cá, “lanterna aquilo” pra lá e coisas assim. Basicamente é um trabalho com o segmento ocular que utiliza uma lanterna como ponto focal, facilitando a atenção e acompanhamento desse ponto por parte do paciente; não entendi, assim, o motivo de tantos comentários acerca disso. Não há dúvidas de que é uma técnica interessante, mas me pareceu muito mais um acréscimo de ferramenta na técnica de pedir que o paciente olhe para cá, para lá, acompanhe o dedo do paciente e coisas assim do que uma nova técnica – novamente, ficou claro para mim que a inclusão da lanterna potencializa e faz todo o sentido com esse trabalho, minha questão é mais com as pessoas falando disso, “a lanterna”, “o trabalho com a lanterna”, como se fosse uma coisa muito avançada ou completamente nova. Foi excelente ter uma aula dedicada a isso, assim pudemos experimentar o trabalho e perceber quais as dificuldades e potências que ele trás. Continue reading

29 de junho de 2019 – segunda e terceira aulas de Análise do Caráter II

  Depois de um momento inicial ocupado com a distribuição um tanto vagarosa das folhas com o texto que serviria de base para as nossas aulas, o Marcus Vinícius iniciou reforçando a ideia de que a tipologia de caracteres apresentada por Reich no livro Análise do Caráter não é uma tipologia fechada mas, ao contrário, uma tipologia aberta – tendo o Reich inclusive dito que “haverá tantos caracteres quantos a sociedade puder produzir” e ter descrito um caso que relata no livro como “Caráter Aristocrático”, uma clara invenção em relação à dinâmica particular do paciente em questão. Ressaltou também que é “super complicada” a ideia de utilizar o caráter como uma “etiqueta” que se coloca no paciente e, assim, nunca se altera; de certo que há uma permanência na estrutura, mas mesmo limitada a vida possui mudanças, o caráter seria, assim, não uma estrutura imóvel ou com pouca mobilidade, mas uma estrutura que dá algum grau de consistência e durabilidade mas existe um funcionamento, um movimento – o caráter como um “modo de existir” de cada paciente. Achei muito adequada e importante essas colocações, pois vejo a tendência justamente para o lado oposto, das pessoas muito preocupadas em rotular, em entender qual é o caráter a partir de qualquer ínfimo detalhe; por vezes até em professores vejo esse comportamento. Continue reading