O Marcus Vinícius iniciou a aula perguntando sobre o exercício que ele deixou para fazermos em casa, o diagnóstico processual de um caso; uma minoria fez, e tivermos um pequeno diálogo povoado com risos e piadinhas sobre isso. Também houve alguma confusão em relação ao que exatamente era necessário fazer, como construir esse diagnóstico processual, então acabou que também falamos um pouco sobre isso. Eu achei interessante a diferenciação que o Marcus Vinícius fez entre diagnóstico processual e “etiquetação”: nesta, o terapeuta pega uma lista de caracteres e fica buscando encaixar o paciente em uma “caixinha”, enquanto que naquele o terapeuta parte das características do paciente, busca entender a sua dinâmica e tenta encontrar a defesa principal do paciente, seu caráter, que pode coincidir com um dos caracteres já descritos na literatura ou não. Continue reading
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14 de setembro de 2019 – quinta aula de Vegetoterapia I
Iniciamos a aula com o Pedro falando que apresentaria “alguma coisa nova” com a qual está entrando em contato e que, segundo ele, ajuda a entender “a dinâmica energética do corpo”; a partir disso, ele começou a falar um pouco sobre energia. O elemento mais básico da energia, para Reich, seria o pulsar, a contração e a expansão, que em outros momentos o próprio Pedro já definiu como sendo, também para o Reich, “a fórmula da vida”. Logo nessa introdução ele deu uma definição de simpático e parassimpático: Continue reading
10 de agosto de 2019 – quarta aula de Vegetoterapia I
O Pedro iniciou essa aula fazendo uma pequena revisão sobre os segmentos corporais, falando um pouco sobre as localizações, as superposições, as relações dos segmentos com alguns tipos de caráter e a relação dos segmentos uns com os outros (o corpo não é fragmentado; e eu interpreto que mesmo essa divisão em segmentos, que segundo o próprio Pedro não é encontrada no texto reichiano, não pode ser interpretada como algo objetivamente detectável na constituição física, mas mais como uma metáfora do funcionamento da relação soma psiquê). Reforçou a ideia de que as pessoas nascem com um quantum energético que não se altera durante a vida; esse é outro ponto que não consigo entender como as pessoas que trabalham com esse paradigma da energia conseguem manter em relação com outros pressupostos reichianos, e mesmo com o que dizem observar da realidade. Continue reading
10 de agosto de 2019 – quarta aula de Análise do Caráter II
Nesse dia, como de costume, eu deixei para passar no banco e sacar o dinheiro para pagar o curso no deslocamento da Central (ou Passeio, como foi o caso) até o IFP, pois tem um Banco do Brasil pouco antes do Largo do Machado. Mas quando cheguei na porta da agência ela não abria, e uma pessoa me avisou que no sábado somente a partir das 08h – eram cerca de 07:50. Eu poderia esperar, mas como estava com muita vontade de ir ao banheiro, pensei que poderia ir até o IFP logo, pois o Pedro costuma chegar cedo, iria no banheiro, deixava a pesada mochila lá e voltava até o banco. Infelizmente a primeira aula era do Marcus Vinícius que, diferente do Pedro, não tem o hábito de chegar antes no Instituto, então acabou que eu preferi ficar sentado lendo, aí as pessoas foram chegando e somente quando o Marcus Vinícius chegou é que fui ao banheiro e depois ao banco. Por conta disso perdi o início da aula, mas como deixei o gravador com o Bernardo e ele o ligou, não perdi o conteúdo. Como de costume, nessa aula o Marcus Vinícius distribuiu mais uma parte do seu texto descrevendo alguns caracteres, e para a aula desse dia trabalhamos os caracteres Impulsivo e Esquizofrênico. Continue reading
13 de julho de 2019 – segunda e terceira aulas de Vegetoterapia I
O Pedro iniciou essa aula fazendo uma rápida recapitulação do encontro anterior, em que falamos de couraças, que segundo ele ele teriam como principal caraterística o contraste entre as correntes vegetativas (quando a couraça se desfaz) e o encouraçamento. Reich, no Análise do Caráter, começa definindo as couraças como psíquicas, que seriam parte constituinte do caráter; mas ele foi percebendo que esse encouraçamento psíquico correspondia a um encouraçamento fisiológico também, o que no seguimento da sua teoria o leva a entender que esse encouraçamento se relaciona com as estases de energia também. Um bloqueio psíquico corresponde a um bloqueio somático. “Uma das formas mais encontradas de bloqueio é através da contração muscular – ao contrair os músculos de forma inconsciente diminui o fluxo dos líquidos e limita a capacidade respiratória e, portanto, diminui a produção energética”. Depois ele pediu que as pessoas trouxessem exemplos de correntes vegetativas, e apareceram como exemplos o peristaltismo, o arrepio de um calafrio, o orgasmo, o suspiro profundo, o bocejo, mudança de cor de pele, tosse sem motivo fisiológico, reflexo do vômito, coceira, sensação de agulhas no pé, eriçamento dos pelos, tremores. Continue reading
29 de junho de 2019 – segunda e terceira aulas de Análise do Caráter II
Depois de um momento inicial ocupado com a distribuição um tanto vagarosa das folhas com o texto que serviria de base para as nossas aulas, o Marcus Vinícius iniciou reforçando a ideia de que a tipologia de caracteres apresentada por Reich no livro Análise do Caráter não é uma tipologia fechada mas, ao contrário, uma tipologia aberta – tendo o Reich inclusive dito que “haverá tantos caracteres quantos a sociedade puder produzir” e ter descrito um caso que relata no livro como “Caráter Aristocrático”, uma clara invenção em relação à dinâmica particular do paciente em questão. Ressaltou também que é “super complicada” a ideia de utilizar o caráter como uma “etiqueta” que se coloca no paciente e, assim, nunca se altera; de certo que há uma permanência na estrutura, mas mesmo limitada a vida possui mudanças, o caráter seria, assim, não uma estrutura imóvel ou com pouca mobilidade, mas uma estrutura que dá algum grau de consistência e durabilidade mas existe um funcionamento, um movimento – o caráter como um “modo de existir” de cada paciente. Achei muito adequada e importante essas colocações, pois vejo a tendência justamente para o lado oposto, das pessoas muito preocupadas em rotular, em entender qual é o caráter a partir de qualquer ínfimo detalhe; por vezes até em professores vejo esse comportamento. Continue reading
11 de maio de 2019 – primeira aula de Análise do Caráter II
Iniciamos essa aula com o professor distribuindo um texto (pelo que entendi de sua autoria), com um resumo sobre dois tipos de caráter, o Histérico e o Fálico-Narcisista; para cada um desses caracteres, haviam quatro subitens: características psicorporais; etiologia; dinâmica interna; projeto terapêutico. O professor informou que a ideia da aula é irmos lendo o texto e, a partir dessa leitura, trazer questões, levantar pontos e pedir esclarecimentos. Depois disso ele fez o que chamou de “pequena introdução”, relembrando coisas da primeira parte do Análise do Caráter, que supostamente estudamos em Análise do Caráter I. É nessa parte do livro, segundo o professor, que Reich vai trazer alguns conceitos sobre como se forma um caráter, sobre as resistências e as defesas; na disciplina Análise do Caráter II, que coincide com a segunda parte do livro, vamos estudar os tipos de caráter da tipologia reichiana, ou seja, como Reich observa os vários tipos de caráter que podem vir a existir e caracteriza, sob o ponto de vista da manifestação, da dinâmica, da etiologia, esses caráteres, não de uma forma didática mas, ainda assim, de uma forma compreensível do modo do Reich operar sobre esses caráteres e o modo como ele vê cada caráter. Assim, a nível de bibliografia a base será a parte II do “Análise do Caráter”, “O Corpo em Terapia” de Alexander Lowen e “Labirinto Humano” de Elsworth Baker. Continue reading
11 de maio de 2019 – primeira aula de Vegetoterapia I
Nesse curso iremos estudar conceitos que trabalham com a parte corporal da teoria reichiana, mas o enfoque das aulas será prático, fazendo trabalhos e embasando-os com a teoria. A bibliografia do curso será: os três últimos capítulos do livro “A Função do Orgasmo” de Reich (A Irrupção no Campo Biológico; O Reflexo do Orgasmo e a Técnica da Vegetoterapia da Análise do Caráter; Da Psicanálise à Biogênese) e um artigo do próprio professor chamado “Massagem Reichiana”, disponível no site do IFP.
O professor iniciou o conteúdo definindo neurose: “o conflito entre a pulsão e a nossa repressão. Para Freud, esse conflito era apenas psíquico, mas para Reich ele vai ter um ancoramento fisiológico. Disso surge a ideia de couraça biofísica: o somático tem uma influência no psíquico, mas o psíquico também tem uma influência no somático – ambos estão funcionalmente entrelaçados, quando algo acontece em um campo existe um reflexo no outro”. Ainda segundo o professor, há um entendimento equivocado desse fenômeno por algumas interpretações da psicossomática; a ideia de que, por exemplo, uma gripe foi causada por uma tristeza, é um exemplo dessa relação equivocada, como uma causa e efeito direta. Continue reading
06 de abril de 2019 – sexta aula de Análise do Caráter I
Como disse no relato da aula anterior, o professor pediu que estudássemos alguns conceitos em um dicionário de psicanálise, e a última aula do curso foi somente em cima desses conceitos. Por um lado isso foi excelente, realmente acredito que faz sentido termos essa fundamentação na psicanálise para estudar análise do caráter; por outro lado, foi ruim pois não pudemos estudar em sala o capítulo VI do Análise do Caráter. Sempre fico com a impressão de que nas aulas desse professor nós não conseguimos efetivamente obter respostas objetivas às perguntas que fazemos, e devido a vir refletindo sobre isso ao longo das aulas e de ter gravado e ouvido as duas últimas pude me assegurar mais de que isso realmente acontece, não é apenas uma impressão minha. Tenho muito interesse na abordagem da clínica que ele faz, que foca o trabalho apenas na análise do caráter e não utiliza intervenções corporais diretas, ele certamente tem uma experiência e prática clínica consideráveis, mas penso que ainda não se encontrou didaticamente. Continue reading
06 de abril de 2019 – sexta aula de Introdução ao Pensamento Reichiano
O conteúdo dessa aula iniciou com uma recapitulação do último encontro, dos estudos de Reich com o potencial elétrico da pele, depois os seus estudos sobre bions (bions PA, Bacilos T e bions SAPA)., e a descoberta “por acidente” do princípio dos acumuladores, que eram caixas com camadas intercaladas de material orgânico (geralmente algodão) com metal; segundo a teoria de Reich, o metal seria um condutor de energia orgone, “puxando” a energia do seu entorno e conduzindo-a, enquanto o material orgânico seria um acumulador dessa mesma energia.
Seus experimentos com os acumuladores lhe levam a concluir que existia um aumento de temperatura no interior das caixas; motivado por esses experimentos inicia uma troca de correspondência com Albert Einstein e em 13 de janeiro de 1941 os dois se encontram. Os experimentos iniciais de Einstein com uma caixa enviada a ele por Reich constataram um aumento de temperatura, mas um de seus assistentes apontou um erro no processo experimental que poderia explicar essa variação de temperatura; Reich lhe escreve uma longa carta contendo relatos de seus procedimentos experimentais, pois estes não continham a mesma possibilidade de erro de execução como aqueles conduzidos por Einstein, mas após um período de silêncio este lhe respondeu que não possuía tempo para se dedicar aos achados de Reich. Continue reading