07 de abril de 2019 – sexta aula de Oficina do Corpo IV

Infelizmente essa foi uma aula onde eu cheguei atrasado e, pelo que entendi, foi uma aula com uma explicação inicial do exercício bem extensa, pois acredito que cheguei mais de uma hora atrasado e o professor ainda estava dando as explicações, sem ter iniciado o trabalho corporal.

O meu atraso se deveu a um acúmulo de questões trazidas da reunião de formação de turma do dia anterior; quem leu o boletim do mês de maio tem uma descrição um pouco mais detalhada do que foi mas, em resumo, saí dessa reunião triste por ver um espaço que dizia procurar o consenso abandonar esse valor diante de pequenas dificuldades. Sempre sinto um clima de “profecia auto cumprida” nesses casos, do tipo pessoas que dizem “o consenso não funciona” mas são justamente elas que dificultam qualquer possibilidade de se estabelecer uma lógica do consenso. Como dormi na casa de um amigo, ao acordar começamos a trocar uma ideia sobre isso e, quando percebi, já estava atrasado para a aula. Continue reading

06 de abril de 2019 – sexta aula de Análise do Caráter I

Como disse no relato da aula anterior, o professor pediu que estudássemos alguns conceitos em um dicionário de psicanálise, e a última aula do curso foi somente em cima desses conceitos. Por um lado isso foi excelente, realmente acredito que faz sentido termos essa fundamentação na psicanálise para estudar análise do caráter; por outro lado, foi ruim pois não pudemos estudar em sala o capítulo VI do Análise do Caráter. Sempre fico com a impressão de que nas aulas desse professor nós não conseguimos efetivamente obter respostas objetivas às perguntas que fazemos, e devido a vir refletindo sobre isso ao longo das aulas e de ter gravado e ouvido as duas últimas pude me assegurar mais de que isso realmente acontece, não é apenas uma impressão minha. Tenho muito interesse na abordagem da clínica que ele faz, que foca o trabalho apenas na análise do caráter e não utiliza intervenções corporais diretas, ele certamente tem uma experiência e prática clínica consideráveis, mas penso que ainda não se encontrou didaticamente. Continue reading

06 de abril de 2019 – sexta aula de Introdução ao Pensamento Reichiano

O conteúdo dessa aula iniciou com uma recapitulação do último encontro, dos estudos de Reich com o potencial elétrico da pele, depois os seus estudos sobre bions (bions PA, Bacilos T e bions SAPA)., e a descoberta “por acidente” do princípio dos acumuladores, que eram caixas com camadas intercaladas de material orgânico (geralmente algodão) com metal; segundo a teoria de Reich, o metal seria um condutor de energia orgone, “puxando” a energia do seu entorno e conduzindo-a, enquanto o material orgânico seria um acumulador dessa mesma energia.

Seus experimentos com os acumuladores lhe levam a concluir que existia um aumento de temperatura no interior das caixas; motivado por esses experimentos inicia uma troca de correspondência com Albert Einstein e em 13 de janeiro de 1941 os dois se encontram. Os experimentos iniciais de Einstein com uma caixa enviada a ele por Reich constataram um aumento de temperatura, mas um de seus assistentes apontou um erro no processo experimental que poderia explicar essa variação de temperatura; Reich lhe escreve uma longa carta contendo relatos de seus procedimentos experimentais, pois estes não continham a mesma possibilidade de erro de execução como aqueles conduzidos por Einstein, mas após um período de silêncio este lhe respondeu que não possuía tempo para se dedicar aos achados de Reich. Continue reading

31 de março de 2019 – quinta aula de Oficina do Corpo IV

Essa foi a primeira vez na oficina que não fizemos um trabalho diretamente focado na respiração. No início do encontro o professor fez uma pequena explicação sobre o exercício que iríamos fazer, e achei isso muito importante, inclusive havia pedido isso no final do encontro passado, pois sempre fazíamos o exercício, compartilhávamos as impressões em roda mas não era exatamente nos explicado o objetivo daquele acting no trabalho psicoterapêutico.

Nessa aula iniciamos com o acting do gato, que já havíamos feito há dois encontros atrás; na sua explanação inicial o professor disse que esse acting é usado para trabalhar a raiva e, assim como os exercícios de respiração, pode ser utilizado no trabalho com o segmento diafragmático ou abdominal, alterando o foco que se pede ao paciente na expiração, se pela boca ou pelo nariz. Continue reading

30 de março de 2019 – quinta aula de Análise do Caráter I

Para essa aula estava planejado o estudo dos capítulos 5 e 6 do livro; sendo que o 5 é muito pequeno e o 6, na minha opinião de merda, é bastante denso.

O professor iniciou falando que em todos os itens da primeira parte do livro (literalmente ele disse “todos os itens do capítulo um”, mas contextualmente me parece que ele se referia à primeira parte do livro, dos capítulos 1 ao 6) Reich está tratando da mesma coisas – a relação entre os fatores componentes do aparelho psíquico, em uma concepção freudiana, e o por que dessa concepção derivou-se a análise do caráter, fazendo ao longo dos capítulos uma revisão dos conceitos da metapsicologia freudiana e explicando o surgimento da análise do caráter. O objetivo da análise é tornar consciente o inconsciente, “trabalhando o recalcamento e a questão do édipo”, ou transformar a estrutura libidinal, “que já é o referencial energético”? Continue reading

30 de março de 2019 – quinta aula de Introdução ao Pensamento Reichiano

Nessa aula continuamos a entrar no período da vida e obra reichiana ligadas à orgonomia, ou seja, o seu estudo da energia orgone.

O professor reforçou o que, para Reich, era a fórmula da vida: tensão → carga → descarga → relaxamento – esses movimentos se expressariam em uma pulsação, que Reich observou em todos os elementos vivos, desde organismos unicelulares até organismos mais complexos como os seres humanos. Fazendo seus estudos em Oslo, Reich desenvolve a ideia de que a carga elétrica encontrada no corpo humano é um efeito do fluxo de orgon que existe nesse mesmo corpo – ou seja, a bioeletricidade seria um efeito da bioenergia. Continue reading

17 de fevereiro de 2019 – quarta aula de Oficina do Corpo IV

Nesse dia iniciamos o trabalho com o segmento abdominal; foram três encontros trabalhando com o segmento diafragmático, serão três agora trabalhando o abdominal. Como iniciamos um novo segmento, o início do encontro foi dedicado à teoria; não tivemos grandes aprofundamentos, na maior parte do tempo as pessoas ficaram respondendo à provocação do professor sobre “o que vem à cabeça quando falamos do abdômen” – a maioria absoluta das vezes com frases populares como “borboletas no estômago”, “frio na barriga”, “fulano está enfezado” etc. O professor enfatizou mais uma vez que os segmentos corporais não são estanques, não há um exato limite de onde começa um e termina o outro; no caso dos segmentos diafragmático e abdominal, eles estão superpostos, visto o posicionamento do diafragma e sua movimentação. Geralmente o que é nasal tem relação com o segmento diafragmático, enquanto aquilo que é oral se relaciona com o segmento abdominal. Como é pela boca que iniciamos o processo de processamento dos alimentos, o segmento abdominal está relacionado, do ponto de vista simbólico, com união e separação, com o como você processa aquilo que recebe. Continue reading

16 de fevereiro de 2019 – terceira e quarta aulas de Introdução ao Pensamento Reichiano

Antes do início propriamente dito da aula o professor falou da importância de fazer uma contextualização histórica do pensamento reichiano para que possamos entender algumas questões que se colocam hoje, e trouxe o exemplo da homossexualidade: para Reich a potência orgástica plena não poderia ser alcançada em uma relação homossexual, entendendo a homossexualidade como um desvio da energia sexual; apesar disso, no campo político sempre lutou para que não houvesse repressão à homossexualidade. Segundo esse professor, os coordenadores do IFP não concordam com essa posição, dizendo inclusive que há algum diálogo para a criação de um seminário ou alguma coisa nesse sentido sobre esse assunto. Parece que existe alguma controvérsia sobre Reich ter repensado essa questão da homossexualidade no final da sua vida ou não. Para o professor, o problema é que colocar que a potência orgástica plena só pode ser atingida em uma relação heterossexual limita a uma questão anatômica e não engloba a questão energética; segundo ele “pode haver, entre duas pessoas do mesmo sexo, uma carga energética, uma descarga energética a nível de você estar… bem no seu fluxo energético”. Continue reading

27 de janeiro de 2019 – terceira aula de Oficina do Corpo IV

O início dessa aula foi muito similar às duas outras: nos dividimos em duplas, uma pessoa deitava no colchonete para fazer o papel de paciente enquanto a outra ficava ao seu lado fazendo o papel de terapeuta (o que depois era revezado); inicialmente, pedia-se ao paciente que respirasse normalmente, como fazia no dia-a-dia, e se observa essa respiração; depois pedimos que o paciente inicie uma respiração profunda, inspirando o máximo possível e soltando o ar o máximo possível; depois pedimos que o paciente faça a respiração em quatro tempos: inspiração profunda; pequena pausa; expiração rápida; pausa até nova vontade de inspirar; depois pedimos que o paciente faça uma vocalização na expiração, deixando que o ar vibre as pregas vocais e produza o som que tiver que produzir, sem muita preocupação com esse som. Continue reading

26 de janeiro de 2019 – terceira e quarta aulas de Análise do Caráter I

Por conta de uma impossibilidade de agendas, tivemos em janeiro aulas somente da disciplina Análise do Caráter I; em fevereiro, para compensar, teremos apenas aulas de Introdução ao Pensamento Reichiano. Isso estava decidido desde a reunião de formação de turma, que aconteceu em outubro, aonde são decididas as datas das aulas, então não foi surpresa para ninguém.

Apesar de já ter entendido que é uma boa ideia gravar as aulas para conseguir produzir melhores relatos posteriormente, acabei por não fazê-lo nesse dia; isso prejudicou muito a minha capacidade de produzir o relato dessa aula dupla, não sei explicar exatamente o motivo. Imagino que o meu cansaço, a didática do professor e o modo da aula foram os principais fatores – tive um início de ano complicado por conta de uma inflamação no ouvido e problemas pessoais; o professor tende a “aprofundar” certos tópicos que considera importantes mas sem necessariamente se prender ao texto; vim preparado para mais uma aula com leitura dos textos e, justo nessa, o modelo foi trocado e o professor decidiu trabalhar em cima das questões levantadas pelas alunas. Para não ficar sem o relato, vou transcrever aqui os trechos dos capítulos III e IV do livro Análise do Caráter que anotei – espero conseguir levar o gravador nas próximas aulas; além de fazer as vezes de relato dessa aula, esse formato também serve como um exemplo de como organizo as minhas anotações de leituras, ajudando a quem quiser entender como faço para estudar. Continue reading