30 de março de 2019 – quinta aula de Análise do Caráter I

Para essa aula estava planejado o estudo dos capítulos 5 e 6 do livro; sendo que o 5 é muito pequeno e o 6, na minha opinião de merda, é bastante denso.

O professor iniciou falando que em todos os itens da primeira parte do livro (literalmente ele disse “todos os itens do capítulo um”, mas contextualmente me parece que ele se referia à primeira parte do livro, dos capítulos 1 ao 6) Reich está tratando da mesma coisas – a relação entre os fatores componentes do aparelho psíquico, em uma concepção freudiana, e o por que dessa concepção derivou-se a análise do caráter, fazendo ao longo dos capítulos uma revisão dos conceitos da metapsicologia freudiana e explicando o surgimento da análise do caráter. O objetivo da análise é tornar consciente o inconsciente, “trabalhando o recalcamento e a questão do édipo”, ou transformar a estrutura libidinal, “que já é o referencial energético”? Continue reading

30 de março de 2019 – quinta aula de Introdução ao Pensamento Reichiano

Nessa aula continuamos a entrar no período da vida e obra reichiana ligadas à orgonomia, ou seja, o seu estudo da energia orgone.

O professor reforçou o que, para Reich, era a fórmula da vida: tensão → carga → descarga → relaxamento – esses movimentos se expressariam em uma pulsação, que Reich observou em todos os elementos vivos, desde organismos unicelulares até organismos mais complexos como os seres humanos. Fazendo seus estudos em Oslo, Reich desenvolve a ideia de que a carga elétrica encontrada no corpo humano é um efeito do fluxo de orgon que existe nesse mesmo corpo – ou seja, a bioeletricidade seria um efeito da bioenergia. Continue reading

16 de fevereiro de 2019 – terceira e quarta aulas de Introdução ao Pensamento Reichiano

Antes do início propriamente dito da aula o professor falou da importância de fazer uma contextualização histórica do pensamento reichiano para que possamos entender algumas questões que se colocam hoje, e trouxe o exemplo da homossexualidade: para Reich a potência orgástica plena não poderia ser alcançada em uma relação homossexual, entendendo a homossexualidade como um desvio da energia sexual; apesar disso, no campo político sempre lutou para que não houvesse repressão à homossexualidade. Segundo esse professor, os coordenadores do IFP não concordam com essa posição, dizendo inclusive que há algum diálogo para a criação de um seminário ou alguma coisa nesse sentido sobre esse assunto. Parece que existe alguma controvérsia sobre Reich ter repensado essa questão da homossexualidade no final da sua vida ou não. Para o professor, o problema é que colocar que a potência orgástica plena só pode ser atingida em uma relação heterossexual limita a uma questão anatômica e não engloba a questão energética; segundo ele “pode haver, entre duas pessoas do mesmo sexo, uma carga energética, uma descarga energética a nível de você estar… bem no seu fluxo energético”. Continue reading

26 de janeiro de 2019 – terceira e quarta aulas de Análise do Caráter I

Por conta de uma impossibilidade de agendas, tivemos em janeiro aulas somente da disciplina Análise do Caráter I; em fevereiro, para compensar, teremos apenas aulas de Introdução ao Pensamento Reichiano. Isso estava decidido desde a reunião de formação de turma, que aconteceu em outubro, aonde são decididas as datas das aulas, então não foi surpresa para ninguém.

Apesar de já ter entendido que é uma boa ideia gravar as aulas para conseguir produzir melhores relatos posteriormente, acabei por não fazê-lo nesse dia; isso prejudicou muito a minha capacidade de produzir o relato dessa aula dupla, não sei explicar exatamente o motivo. Imagino que o meu cansaço, a didática do professor e o modo da aula foram os principais fatores – tive um início de ano complicado por conta de uma inflamação no ouvido e problemas pessoais; o professor tende a “aprofundar” certos tópicos que considera importantes mas sem necessariamente se prender ao texto; vim preparado para mais uma aula com leitura dos textos e, justo nessa, o modelo foi trocado e o professor decidiu trabalhar em cima das questões levantadas pelas alunas. Para não ficar sem o relato, vou transcrever aqui os trechos dos capítulos III e IV do livro Análise do Caráter que anotei – espero conseguir levar o gravador nas próximas aulas; além de fazer as vezes de relato dessa aula, esse formato também serve como um exemplo de como organizo as minhas anotações de leituras, ajudando a quem quiser entender como faço para estudar. Continue reading

01 de dezembro de 2018 – segunda aula de Análise do Caráter I

As aulas de Análise do Caráter I, com esse professor, parecem que sempre seguirão o roteiro de leitura e comentários. Por um lado, isso é importante, pois nos coloca o tempo todo o texto como referência e evita que “fugas” muito grandes ocorram; por outro lado é um tanto de desperdício de tempo, pois supondo que as pessoas leram o conteúdo em casa (o que é pedido), ficar fazendo uma nova leitura parece apenas dobrar esse esforço e não introduzir algo novo. Certamente a leitura coletiva contando com a presença do professor, que conhece bem a obra e trabalha com Análise do Caráter, é fundamental, não é o mesmo que ler sozinho mas, não sei, sinto que uma metodologia melhor poderia ser procurada. Na segunda metade dessa aula cheguei a propor que trabalhássemos em cima das dúvidas e anotações das pessoas, mas como só eu havia feito anotações o modelo não funcionou bem. Nessa aula nós trabalhamos os dois primeiros capítulos do livro. Continue reading

01 de dezembro de 2018 – segunda aula de Introdução ao Pensamento Reichiano

Para a segunda aula de Introdução ao Pensamento Reichiano eu cheguei um pouco atrasado e, por isso, não peguei a conversa inicial e nem a apresentação do que seria trabalhado nesse encontro; ao longo da aula ficou evidente para mim que era uma aula sobre o viés político da vida de Reich.

Como sempre teve interesse nas temáticas sociais, Reich vai se aproximando dos psicanalistas ligados à educação, visto que a escola é um dos aparelhos estatais de repressão. Sua aproximação política inicial era com a social-democracia, mas em um evento ocorrido em 1927 em Schattendorf, onde um grupo de monarquistas atira numa pensão que abrigava membros do Partido Socialista, muda seu posicionamento. Esse grupo foi julgado inocente pelo judiciário, que era ligado à democracia cristã, e isso cria uma revolta popular com greves e agitações. Reich, saindo às ruas, observa que os policiais estão sendo chamados aos quartéis e sendo armados, enquanto que a social-democracia manda recolher a guarda popular (sua força paramilitar), não agindo então no massacre que se seguiu; Reich chega a questionar os membros da social-democracia sobre isso, eles apenas respondem “isso não é problema nosso”. No dia seguinte ao massacre Reich se filia ao partido comunista austríaco, pois foi o único que, segundo ele, teve uma atitude coerente e se aliou ao povo na revolta; devido ao seu interesse e prática, Reich se aloca na sessão sanitarista do partido. Continue reading

10 de Novembro de 2018 – primeira aula de Análise do Caráter I

A segunda aula que tive na formação foi do curso Análise do Caráter I; haverão três cursos sobre análise do caráter, objetivando mergulhar profundamente nessa técnica especificamente reichiana através do livro Análise do Caráter, que é justamente dividido pelo autor em três partes (I – A Técnica; II – Teoria da Formação do Caŕater; III – Da Psicanálise à Biofísica Orgônica). Como primeira leitura nos foram pedidos os três prefácios da obra. Continue reading

10 de Novembro de 2018 – Primeira aula de Introdução ao Pensamento Reichiano

A primeira aula que fiz no IFP foi do curso Introdução ao Pensamento Reichiano, o que me pareceu bem adequado; essa não é necessariamente a trajetória de todas as pessoas que entram na formação, pois podemos pensá-la como um conjunto circular de 5 módulos, cada um de seis meses e contendo dois cursos, o que pode fazer com que esse curso esteja no final da formação de alguém, possibilitando inclusive que nele aconteça a “última primeira aula” de alguém na formação do IFP, caso o curso seja oferecido no horário da tarde. Não me parece que existe um grande problema em ser dessa forma, mas fico feliz de ter iniciado dessa forma mais “na ordem”. Continue reading