09 de novembro de 2019 – primeira aula de Vegetoterapia II

Esse curso foi ministrado pela Denise Dessaune, a única coordenadora com quem eu ainda não tinha tido contato até então (embora ainda não tivesse tido aula também com o Henrique, já tinha contato com ele nas supervisões do CAP). Ela iniciou apresentando o curso como um trabalho sobre a intervenção na couraça muscular, que Reich inicia com a percepção de que apenas o apontamento (através de indicação ou repetição) das atitudes do paciente não era suficiente para tornar consciente essas atitudes de defesa, devido à existência de uma rigidez que não se afrouxava, de onde vem as intervenções diretamente no corpo do paciente, no que Reich denomina “couraça muscular”, que seria um par da “couraça caracterológica”, ambas caminhando juntas no modo de ser da pessoa. Segundo a Denise, é fundamental que o terapeuta reichiano tenha muita atenção a todos os movimentos e sutilizas com que o paciente se apresenta durante a sessão de análise. Continue reading

08 de novembro de 2019 – Primeira aula de Clínica Psicorporal das Psicoses e dos Transtornos Mentais

Esse foi o primeiro curso oferecido na sexta-feira neste tempo que estou na formação; para mim isso é excelente, pois dificilmente tenho coisas para fazer na sexta-feira à noite, geralmente inclusive tenho ido para a casa do Wilian (um amigo que mora na Lapa e me abriga nos finais de semana de formação) já na sexta-feira. Esse curso também me interessou bastante pela sua temática, pois os dois cursos livres que fiz até então foram de técnicas corporais, e muito peso da formação, até então, é colocado nesse tipo de coisa; eu procuro entender a presença do corpo na clínica reichiana mais por um viés de compreensão de que corpo e mente são uma unidade funcional do que nessa perspectiva de “temos que agir diretamente sobre o corpo”. Pensar e problematizar a psicose também me é muito interessante pois a tradição psicanalítica, na qual a Análise do Caráter se encaixa, é muito focada na neurose, então acaba que temos pouco material para pensar e trabalhar com a psicose. Esses fatores me levaram a escolher esse curso livre ao invés do único outro que foi oferecido nesse semestre, Oficina do Corpo V. Continue reading

13 de outubro de 2019 – sexta aula de Técnicas Complementares do Trabalho Reichiano

Nessa aula o Pedro anunciou que ele daria “uma introdução da introdução da craniossacral”, e eu fiquei durante toda a aula pensando o que exatamente seria essa “craniossacral”, à qual ele se referia sempre sem uma palavra que desse “sustentação” a ela. Tomei para mim que a palavra que estava faltando era “massagem”; pesquisando depois em casa, descobri que essa palavra seria “terapia” – mas que, na prática, não se afasta muito de uma massagem. Ele disse que está fazendo um curso dessa técnica e que, vendo interfaces dela com o trabalho corporal de base reichiana, resolver trazer algumas poucas noções nessa aula; disse também que planeja, assim que acabar o curso, estruturar um curso livre no IFP sobre essa técnica. Continue reading

12 de outubro de 2019 – sexta aula de Vegetoterapia I

A aula iniciou com o Pedro dizendo que ela seria sobre massagem, pois haviam feito esse pedido na aula anterior, e que, pensando, ele chegou à conclusão de que a principal preocupação com massagem no trabalho reichiano é atuar na respiração, então que ele focaria nisso. Apresentando alguns elementos teóricos antes da parte prática da aula, ele disse que o conceito de autorregulação é muito importante, pois para Reich o cerne biológico das pessoas busca sempre “estar bem”, a vida tem como essência a positividade. A partir disso, afirmou que não é o terapeuta que cura a pessoa, mas que o seu trabalho seria acessar essa autorregulação do sujeito para que o seu organismo se cure; a definição que ele trouxe de autorregulação foi “ajustes ininterruptos no fluxo para manter uma condição ótima de adaptação interna, que seria a coordenação das funcionalidades próprias do sujeito, e adaptação externa, trocas e adaptações com o meio circundante (…) é a habilidade do organismo, indivíduo, de manifestar e preservar a vida”. Continue reading

Mudanças no Projeto

Olá, como vocês estão?

Antes de qualquer coisa, se realmente tem alguém lendo isso aqui, eu gostaria muito que você deixasse um comentário com a sua opinião – ou pelo menos pra dar um “olá” e eu saber que você passou por aqui. Pode ser?

RESUMO DA POSTAGEM

Houveram algumas mudanças recentes no Projeto e gostaríamos de registrá-las aqui para que todas possam ter ciência disso e, assim, evitar qualquer possível mal-entendido ou algo que o valha. Como sabemos que isso pode não interessar profundamente, fazemos um resumo tópico logo abaixo: Continue reading

12 de outubro de 2019 – sexta aula de Análise do Caráter II

No começo dessa aula tivemos uma situação engraçada: uma pessoa perguntou para o Marcus Vinícius o seguinte: “uma coisa que você falou foi, que dos livros do Lowen, tinham uns três ou quatro só que valiam a pena e o resto nem era tão importante ou…”. Enquanto essa pessoa perguntava isso, a expressão do Marcus Vinícius foi ficando caricaturalmente interrogativa, até o ponto em que ele começou a sacudir a cabeça em negação e finalmente falou “acho que eu não falei isso não”, de tal forma que arrancou uma risada generalizada da turma. A pessoa ainda insistiu na colocação, o Marcus Vinícius continuou negando e disse, corrigindo, que ele havia dito que se a pessoa desejasse “ter uma ideia geral de bioenergética, um ‘basicão’ (sic), aí você só precisa de três (…) os três seriam ‘Bioenergética’, o outro ‘O Corpo em Terapia’ e o outro ‘Exercícios de Bioenergética’, que é dele e da mulher dele. Porque aí o que que você tem? Você tem a parte toda que ele trabalha, como ele mesmo chama, ‘Bioenergética’, ou seja, uma grande introdução aos principais conceitos, técnicas, etc, etc, depois tem ‘O Corpo em Terapia’, que na verdade é um livro sobre tipologia, sobre caráter, e o terceiro que é um livro exatamente disso, né, uma coisa que o Reich nunca fez, exercícios sistemáticos de bioenergética, individualmente e grupalmente (…) agora tem algumas coisas que eu acho fundamentais para quem está trabalhando com bioenergética, ou até pra gente, né, por exemplo, eventualmente quando eu tenho um paciente… paciente não, quando eu tenho, quando eu estou dando supervisão para alguém, que alguém está atendendo um caso de depressão e está querendo entender um pouco mais a dinâmica da depressão tem um livro do Lowen que eu acho bem legal que é ‘O Corpo em Depressão’, que eu acho que pode ajudar bastante. Tem um outro livro do Lowen que só tinha em inglês e eu acho que agora tem em português, que é chamado de ‘Narcisismo’, eu acho que foi o último livro dele”. Continue reading

15 de setembro de 2019 – quinta aula de Técnicas Complementares do Trabalho Reichiano

Iniciamos mais uma aula entrando em definições de conceitos físicos, dessa vez sobre raio, que foi definido como “ativação de elétrons, e o raio inclusive se dá da terra para o céu e não do céu pra terra – a gente tem essa ilusão, mas na verdade o raio se dá da terra pro céu. É uma diferença de potencial que faz com que haja uma mobilização das moléculas num percurso”. Mais uma vez, definições erradas; dessa vez eu não recordo qual era o contexto, imagino que algum assunto sobre energia, pois quando eu liguei o gravador o papo já era esse. Eu entendo muito pouco de meteorologia e de fenômenos elétricos, mas com um pouco de curiosidade e estudo percebe-se que essa afirmação não é exata. Continue reading

14 de setembro de 2019 – quinta aula de Análise do Caráter II

  O Marcus Vinícius iniciou a aula perguntando sobre o exercício que ele deixou para fazermos em casa, o diagnóstico processual de um caso; uma minoria fez, e tivermos um pequeno diálogo povoado com risos e piadinhas sobre isso. Também houve alguma confusão em relação ao que exatamente era necessário fazer, como construir esse diagnóstico processual, então acabou que também falamos um pouco sobre isso. Eu achei interessante a diferenciação que o Marcus Vinícius fez entre diagnóstico processual e “etiquetação”: nesta, o terapeuta pega uma lista de caracteres e fica buscando encaixar o paciente em uma “caixinha”, enquanto que naquele o terapeuta parte das características do paciente, busca entender a sua dinâmica e tenta encontrar a defesa principal do paciente, seu caráter, que pode coincidir com um dos caracteres já descritos na literatura ou não. Continue reading

14 de setembro de 2019 – quinta aula de Vegetoterapia I

  Iniciamos a aula com o Pedro falando que apresentaria “alguma coisa nova” com a qual está entrando em contato e que, segundo ele, ajuda a entender “a dinâmica energética do corpo”; a partir disso, ele começou a falar um pouco sobre energia. O elemento mais básico da energia, para Reich, seria o pulsar, a contração e a expansão, que em outros momentos o próprio Pedro já definiu como sendo, também para o Reich, “a fórmula da vida”. Logo nessa introdução ele deu uma definição de simpático e parassimpático: Continue reading

11 de agosto de 2019 – quarta aula de Técnicas Complementares do Trabalho Reichiano

  O Pedro iniciou dizendo que nessa aula trabalharíamos a raiva, e pediu para que as pessoas dissessem o que entendem por raiva, definições de senso comum mesmo; apareceram coisas como “cabeça quente”, “dentes trincados”, “braços rígidos”, “a raiva é muito mal vista”, “se defender, se posicionar”; a partir de algumas coisas que foram ditas, uma pessoa colocou que, para ela, raiva e agressividade não são a mesma coisa – eu também fiquei com esse registro, pois o Pedro algumas vezes já fez essa diferenciação, se não me engano inclusive ele diz que o Reich propõe que existem três sentimentos básicos (felicidade, medo e raiva), e que ele, Pedro, prefere substituir a ideia de “raiva” pela de agressividade. Continue reading