Quando fiz a entrevista inicial para entrar no IFP-Reich, das duas vezes, fui avisado que ao final do semestre é feita uma reunião entre coordenadores, alunas e novas candidatas a entrar na formação, visando apresentar as pessoas, definir as datas das aulas do próximo semestre e afinar os detalhes do curso. Nesse semestre essa reunião foi no último sábado, dia 20/10/2018, sendo realizada às 17h, quando terminam as aulas. Como tenho uma tendência ao hiper-planejamento e o financiamento coletivo do Projeto não está indo muito bem, várias vezes pensei em não ir nessa reunião e desistir, ao menos por hora, de fazer a formação, pois de que adiantaria iniciar o curso se não havia um cenário apontando para a possibilidade de terminá-lo? Mas algumas conversas e reflexões me fizeram insistir – talvez com o início do curso o financiamento ganhe fôlego e a coisa vá pra frente.
Cheguei antes das 16h na Central – cedo demais para pegar o metrô em direção ao IFP, tarde demais para um passeio pelos centros culturais; decidi, então, ir caminhando até lá, pois mesmo que o tempo não fosse suficiente eu poderia perceber no meio do caminho e pegar uma condução. Foi uma caminhada agradável de pouco mais de uma hora até lá; não será possível fazê-la nos dias de aula, me obrigaria a acordar e sair de casa cedo demais, mas gostei de tê-la feito. Chegando um pouco adiantado, fui recebido por um dos professores, que me indicou uma sala de espera onde pude beber água e ir ao banheiro enquanto esperava a aula em andamento terminar; nesse tempo mais duas pessoas chegaram, novos alunos, assim como eu, para a turma.
A reunião se iniciou com uma apresentação da coordenação, composta por cinco pessoas: Pedro Castel, que trabalha com a questão dos afetos, faz uma aproximação da medicina tradicional chinesa com o trabalho de Reich e trás um olhar crítico sobre a psicologia quântica; Henrique Rodrigues, geógrafo que se forma posteriormente em psicologia, tem mestrado e doutorado em epistemologia da ciência; Denise Dessaune, formadora do primeiro centro de formação de psicoterapeutas reichianos do Rio de Janeiro, tem interesse nas aplicações do pensamento reichiano no âmbito social; Marcus Vinícius, professor do Instituto de Psicologia da UFRRJ, se interessa e pensa a clínica reichiana em relação a outros autores e a contemporaneidade; Nicolau Maluf Jr., psicólogo com mestrado e doutorado na área de epistemologia da ciência, interessado no campo da orgonomia. Depois da apresentação da coordenação pediram que os alunos novos se apresentassem; éramos em número de três, mas depois uma outra pessoa se juntaria a nós. Após a apresentação das “pessoas novatas”, foi a vez das pessoas que já estavam no curso se apresentarem; éramos cerca de 13-15 pessoas, e foi interessante ver que há uma diversidade de trajetórias ali.
Após as apresentações foram reforçadas rapidamente algumas informações sobre o curso: são 360h/a, divididas em 240h/a de cursos básicos e 120h/a de cursos livres; ao final da formação, como requisito para a graduação, a pessoa precisa apresentar uma monografia; as aulas acontecem mensalmente, em dias decididos coletivamente nessas reuniões pós última aula; cada curso, livre ou básico, terá a carga horária de 24h/a; o pagamento é feito diretamente à professora ou professor durante as aulas, e mesmo que a pessoa falte o pagamento deverá ser realizado; são permitidas duas faltas em cada curso, sendo responsabilidade da pessoa faltante buscar o conteúdo perdido; os cursos livres e o curso básico “Introdução ao Pensamento Reichiano” podem ser feitos por pessoas que não estão na formação.
O próximo momento foi de definição das datas dos encontros do próximo semestre; a indicação é que os cursos básicos aconteçam no segundo sábado do mês, um pela manhã e outro à tarde, mas se alguém tiver problema com a data outro sábado é escolhido buscando o consenso. Foi ótimo ver um grupo trabalhando naturalmente com o consenso e conseguindo resolver todas as pendências que surgiram sem recorrer a votações e semelhantes. O curso livre que escolhi fazer, “Oficina do Corpo IV”, será realizado sempre no domingo posterior ao sábado dos cursos básicos. As datas são: 10 e 11/11/18; 01 e 02/12/18; 26 e 27/01/19; 16 e 17/02/19; 30/03 e 01/04/19; 06 e 07/04/19.
Após a marcação das datas, foi passada a palavra a um aluno que mandou um e-mail com cinco sugestões de pauta para essa reunião: formação de núcleos de pesquisa no IFP-Reich; abertura de uma clínica social do IFP; criação da disciplina “Pensamento Social de Wilhelm Reich”; criação da disciplina “Orgonomia e Biopatias”; criação de grupos de estudos por videoconferência. Achei todas as propostas excelentes, e algumas já estão até tomando encaminhamentos práticos nessa semana. A ideia dos núcleos de pesquisa interessou a algumas pessoas da coordenação, e estabeleceu-se o prazo de 15 de dezembro para a apresentação de projetos para isso por parte da coordenação; em relação à disciplina “Pensamento Social de Wilhelm Reich” foi dito que o conteúdo proposto já está presente em alguns cursos, então ficaria repetitivo; a coordenadora Denise se interessou pela ideia da disciplina “Orgonomia e Biopatias”; em relação aos grupos de estudo foi incentivado e bem recebido de uma forma geral, ficando na responsabilidade das alunas e alunos geri-los (eu pedi que, se possível, eles fossem gravados para que eu pudesse acompanhar posteriormente, visto não utilizar esses softwares de videoconferência); sobre a clínica social foi dito que já houve uma, era chamada Centro de Atendimento Psicoterapêutico, e o projeto não continuou por falta de interesse dos alunos, mas que sendo desejo (e o é) o projeto poderia ser retomado; os documentos já foram revisados e passados para a turma pelo coordenador Henrique, e uma reunião para discutir isso foi marcada para depois das aulas de dezembro.