O PROJETO

APRESENTAÇÃO

Galera Ajudando o Marcus a Estudar Grupelho de Apoio Mutuo Eudaimonia (de onde vem a sigla G.A.M.E. ou, mais simplesmente, GAME) é um projeto de financiamento coletivo para o custeio de uma formação em Análise Reichiana para uma pessoa, o Marcus. A ideia é possibilitar essa formação a uma pessoa que apesar do interesse em fazê-la não possui condições financeiras para isso; a proposta desse projeto está para além de apenas formar mais um analista reichiano, mas formar um analista oriundo de camadas populares e que possui a intenção de trazer a discussão e a prática dos cuidados com a saúde mental para essas camadas da população. A formação será feita no Instituto de Formação e Pesquisa Wilhelm Reich (http://www.ifp-reich.com.br http://www.ifp-wreich.com.br) no Rio de Janeiro com a duração mínima de dois anos e meio, e a proposta do projeto é documentar com relatos todo esse processo, gerando para além da formação em si um acúmulo textual e imagético dessa trajetória, além de outras questões que serão melhor explicadas aqui no blog. Assim, qualquer pessoa que acredite poder dispor de R$10,00 mensais para ajudar a custear os estudos de alguém pode contribuir com esse projeto, com especial enfoque naquelas interessadas em discussões sobre saúde mental e processos psicoterapêuticos.

Mas quem é o Marcus, afinal?

A nível acadêmico, Marcus é licenciado em História (se formou para ser professor) e tem uma graduação incompleta em Ciências Sociais. A nível profissional, é professor voluntário de História Geral no Pré-Vestibular para Negros e Carentes em Santa Cruz da Serra, é professor de cinema no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, algumas vezes no mês trabalha no restaurante autogerido Erva Doce e faz um bico aqui e outro ali pra defender uma graninha (manutenção de computadores, consultoria de educação financeira, fotografia e edição de vídeo). Em relação a cursos e afins, tem formação técnica em manutenção de computadores, é formado em Publicidade Afirmativa pela Escola Popular de Comunicação Crítica, fez cursos de cinema pela Escola de Cinema Olhares da Maré, Cinemaneiro e Cineclube Mate com Angú e tem formação em Fitoenergia e Plantas Medicinais pela AGRIFOM/Universidade Federal de Viçosa. A nível pessoal, é um tagarela incurável, libertário convicto, apóstolo do açaí, pedalador compulsivo e abraçador por opção.

Seu interesse por psicoterapias emerge em 2009, quando morava em uma casa coletiva no Rio Comprido e um amigo lhe falou sobre Somaterapia; a partir desse momento sempre buscou estudar e pesquisar sobre o tema. A partir dos estudos que se iniciam com a Somaterapia conhece o trabalho de Wilhelm Reich e, em confluência com outros estudos, a proposta esquizoanalítica de Deleuze e Guattari. Em 2016 após alguns encontros fortuitos aprofunda seus estudos sobre a obra de Reich e toma conhecimento do curso de formação de analistas reichianos do IFP-Reich. Em 2017 chega a fazer a entrevista inicial para ingressar na formação, mas ao se atualizar sobre os valores percebe que não teria possibilidade de arcar com os custos do curso.

JUSTIFICATIVA

Esse projeto de financiamento coletivo se apoia em dois princípios: a potência das multidões e sua capacidade de produzir engajamento diluindo esforços; a necessidade de se ampliar a discussão sobre saúde mental de forma geral e especificamente entre as camadas populares de nossa sociedade.

A ideia de se aproveitar a potência das multidões é que trouxe a proposta de fazer um financiamento coletivo e, mais ainda, de forma que o valor da contribuição fosse bem pequeno dentro de uma certa realidade – é fato de que enquanto para algumas pessoas R$10,00 é uma quantia irrelevante, para outras pode significar a diferença entre ter ou não o que comer. Por conta disso, esse projeto busca atingir aquelas pessoas que podem dedicar bem mais do que R$10,00 mensais para o lazer e entretenimento; o objetivo não é pedir que ninguém se prive de relaxamento e diversão (seria um contrassenso pedir a formação de um psicoterapeuta em cima da negação de lazer e entretenimento), mas sim que uma pequena parte desse lazer e entretenimento se torne um investimento social. O valor de R$10,00 surge de dois fatores simples: a simplificação matemática (quem não ama números redondos na hora de dividir e multiplicar, não é mesmo?) e a necessidade de um valor relativamente baixo.

Ampliar a discussão sobre saúde mental é algo que, acreditamos, ninguém discorda que é necessário – o número de pessoas diagnosticadas com algum problema psíquico é enorme e não para de crescer, a ponto de ser comum ouvir a afirmação de que a depressão é o mal do século; pessoas se tornam incapazes de demonstrar suas emoções e sentimentos; o medo parece consumir a vitalidade da população como uma doença altamente contagiosa; o dia-a-dia na cidade só parece dar exemplos de ódio, angústia e raiva. Para as pessoas pobres o cuidado com a saúde mental é imposto como um luxo – a frase “pobre não tem direito de ter depressão” é quase uma verdade inquestionável, pois embora a psique da pessoa pobre seja vulnerável aos mesmos problemas da psique da pessoa rica, a possibilidade e o acesso a cuidados que uma e outra tem são bem diferentes. E isso muitas vezes implica que a própria prática psicoterapêutica se torna elitizada, o que, dentro da concepção desse projeto, só reforça os problemas que deveria combater.

Assim, se a sua pergunta é “por que eu deveria ajudar esse projeto”, fazemos o convite a que você pense da seguinte forma: com duas cervejinhas a menos no mês você pode não só ajudar uma pessoa a estudar, mas também estará apoiando uma determinada concepção de saúde mental e poderá conhecer e acompanhar como é o processo de se formar um psicoterapeuta. Você não bebe? Bom, então que tal uma horinha a menos de ar-condicionado ligado em casa? Também não tem ar-condicionado em casa? Sempre dá pra diminuir na pipoca e refrigerante no cinema uma vez ao mês, né? Vixe, nem no cinema tem ido? Nesse caso, você talvez esteja igual ao Marcus e realmente não possa ajudar financeiramente nesse projeto… Tudo bem, você ainda pode acompanhá-lo e ajudar de outras formas: divulgando-o é a forma mais óbvia, mas também existem outras possibilidades: você é boa com lápis, papel, caneta, mouse e/ou mesa digitalizadora? Poderia fazer alguma arte exclusiva pro nosso projeto; você tem excelentes habilidades matemáticas? Pode nos ajudar a fazer as contas que o projeto vai precisar; entende de design? Que tal bolar umas peças pra gente se divulgar melhor; enfim, se o projeto te interessou e você gostaria de fazer parte, sinta-se à vontade para entrar em contato.

OBJETIVO

  • Garantir a formação em analista reichiano no Instituto de Formação e Pesquisa Wilhelm Reich a uma pessoa comprometida com uma ética libertária porém que não possui condições financeiras de arcar com essa formação.
    • Possibilitar a construção de um registro textual em livro sobre um dos possíveis percursos narrativos que levam à formação de um psicoterapeuta
    • Facilitar a acessibilidade do conhecimento sobre saúde mental e psicoterapia através da produção de conteúdo em vídeo a ser disponibilizado gratuitamente
    • Garantir a existência de uma polifonia dentro do corpo de psicoterapeutas através da inserção de uma voz que sem esse projeto não poderia ser ouvida ali dentro